Segundo painel do workshop mostrou os desafios técnicos e operacionais do processo de certificação ambiental.
O segundo painel do Workshop “Conformidades e Modelos Jurídicos para a Sustentabilidade do Mercado de Carbono Brasileiro”, realizado em 10 de abril no auditório da Associação dos Notários e Registradores do Brasil (ANOREG/BR), foi dedicado à discussão do fluxo e das etapas envolvidas na certificação de créditos de carbono — um dos pilares para garantir transparência, confiabilidade e valor de mercado para os ativos ambientais.
O evento é uma iniciativa do INCCarbono, com apoio de instituições como a Vallya Consultoria e o Instituto Preservare, e busca aproximar os setores jurídico, produtivo e ambiental no desenvolvimento de soluções sustentáveis para o país.
No painel “Fluxo e Etapas da Certificação de Crédito de Carbono”, os convidados Alexandre Chiachiri, CEO da Vert Ecotech S/A, e André Luiz Jardini Munhoz, diretor científico da empresa, apresentaram o passo a passo da certificação, desde a medição e verificação das emissões evitadas ou removidas até a geração efetiva dos créditos.
Durante sua fala, Alexandre Chiachiri destacou a importância de estabelecer parcerias confiáveis para garantir a credibilidade dos projetos.
“Para evitar os mesmos problemas enfrentados por outras empresas — que tiveram projetos cancelados —, aprendemos com o escrutínio aplicado a uma desenvolvedora e a uma certificadora. Acredito que todos aqui tenham acompanhado o que aconteceu. Por isso, para mitigar esse risco significativo do mercado, firmamos essa parceria estratégica, que se torna um pilar essencial de segurança e nos permite desenvolver um projeto de crédito de carbono com alta credibilidade”, explicou Alexandre.
Já André Luiz Jardini Munhoz compartilhou a experiência prática da empresa com projetos-piloto e ressaltou a importância do diálogo com os diferentes atores do setor: “Temos construído uma parceria muito sólida com a Rares. Temos recebido proprietários e parceiros de outras empresas que buscam esclarecer dúvidas, e as reuniões com a Bruna têm sido especialmente produtivas. Já poderíamos estar apresentando o processo de ponta a ponta. Esses encontros têm sido fundamentais para compreendermos, de fato, os pilares exigidos pelo mercado de carbono”.
“Também foi uma grande oportunidade para nós, desenvolvedores de projetos, aprofundarmos o entendimento sobre todos os mecanismos envolvidos nesse mercado. A Fazenda Cristal foi nosso projeto piloto, no qual conseguimos executar todas as etapas: elaboração, desenvolvimento e comercialização dos créditos. Agora estamos na fase dos chamados ‘tiros’, que representa a finalização desse ciclo”, completou André.
O painel também trouxe reflexões sobre os custos envolvidos, os riscos de fraudes e a importância da capacitação técnica para ampliar a oferta nacional de projetos certificados, especialmente em regiões com potencial florestal e agrícola.
Com a crescente exigência de sustentabilidade por parte de investidores e consumidores, a certificação robusta surge como um diferencial competitivo essencial para empresas brasileiras que desejam acessar mercados internacionais e participar de programas voluntários e regulados de compensação de emissões.
Maria Mendonça e Gians Fróiz, AssCom Rares-NR
